quarta-feira, 8 de abril de 2009

Arts and crafts e customização,
de volta ao princípio de tudo
(ou 10 novas maneiras de encarar
o artesanato para designers)

Olá pessoal, amigos leitores, curiosos em geral... sei que ando sumida (novamente), mas desta vez é por uma boa causa: resolvi dar vazão a meu lado artesão e botar a mão na massa para produzir algumas coisas fora do computador.
Lancei há 2 semanas meu mais novo projeto: um site de customização e acessórios por encomenda.
O endereço é www.lullypop.com (deixa eu fazer merchand, tah). Empresária, eu? Acho que não... Estou mais para hippie-chiq-freakstyle mesmo...

Sempre procurei comprar produtos que traduzissem minha personalidade e tivessem pelo menos algum compromisso social ou sustentável com o planeta. E nós sabemos o quanto é difícil encontrar algo com todas essas qualidades e ainda ter um preço acessível ... Bastou falar em sustentabilidade ou compromisso com o meio ambiente que o preço vai lá para as alturas, infelizmente. Creio eu que pela escassez de produtos com essas premissas, talvez.

Uma opção barata e criativa que venho adotando há algum tempo é a customização de roupas e acessórios. Assim, quando enjôo de alguma peça, não vou simplesmente sair comprando mais e mais, sustentando o consumismo; analiso tudo que tenho disponível nos armários e tenho botar minha cabeça designer para funcionar, transformando problemas que parecem complexos em peças inusitadas e completamente novas.

Customizar é um neologismo criado para exprimir "Personalização". Esse termo vem do inglês “custom”, que quer dizer personalizado, feito sob medida. Toda vez que nos referimos a algo como “custom”, ou então adaptado à língua portuguesa como “customizado”, estamos nos referindo a algo que tenha sido personalizado ao gosto da pessoa.

Assim, devido à necessidade de criação, comecei a fazer peças para mim mesma. Com o tempo, as pessoas começaram a me pedir que fizesse customizações em peças próprias, ou simplesmente inventasse modelos e colocasse à venda. Não vou mentir que ando meio arredia com o computador, meu companheiro de trabalho durante tantos anos... então quando tive a oportunidade de participar de uma oficina de moda e customização e vi as possibilidades que a moda e o artesanato me ofereciam, pirei o cabeção, como se diz. Veja algumas vantagens para os designers:

1. Você cria peças exclusivas e desanexadas de rótulos culturais e modismos, fortalecendo a cultura "handmade" (ou feito à mão), privilegia o mercado local e dissemina o uso de produtos exclusivos e artesanais;
2. Você desenvolve habilidades manuais, um pouco adormecidas nestes tempos cibernéticos;
3. Você amplia sua capacidade criativa experimentando materiais novos e descobre coisas incríveis, que podem ser usadas em seus trabalhos ou para vc mesmo no futuro;
4. Você relaxa o corpo e distrai a mente enquanto cria, sem precisar ficar sentado o tempo na frente de uma tela;
5. Você aplica os conhecimentos adquiridos na faculdade (composição, cor, equilíbrio, etc) e na vida, expressando suas experiências sensoriais e particulares;
6. Você sai do seu mundinho cotidiano de softwares e menus para o mundo real dos objetos, cores, texturas e padronagens;
7. Você amplia consideravel e qualitativamente seu círculo social, conhece pessoas e culturas diversas do glamour habitual dos seus coleguinhas designers egocêntricos;
8. Você é seu próprio chefe e determina quando e o quê você vai fazer;
9. Você ainda tem a possibilidade de ganhar uma graninha extra =)
e última(?), porém não menos importante:
10. Você reaproveita materiais e contribui para uma economia e um modo de vida mais sustentável, não sendo influenciado por modinhas e artimanhas do consumismo-capitalista-
fashion.

É por essas e outras que comecei, meio que devagarinho, a buscar outras formas de me expressar. Acho que é um bom exercício para sair da cárcere diário que o computador nos impõe. E pensar que quando tinha 8 anos eu fazia roupinhas de tricô para minha boneca e dizia que quando ela crescesse e a roupa não servisse mais, faria uma luva para me aquecer no inverno cruel de Sampa.

É isso aí, reciclar é viver.

Um comentário:

Blog Dona Ingrid disse...

Adorei o seu blog, parabens!