quinta-feira, 10 de junho de 2010

Logo da copa 2014, você não aguenta mais ouvir falar sobre isso?
Veja a explicação da FIFA

Sinceramente, essa marca já rendeu muito mais até do que deveria, mas eu, assim como muitos designers, fiquei deveras intrigada com essas explicações meia-boca, esse suposto "júri" de notáveis.... Achei esta reportagem do IG a mais convincente até agora. Tem gente que diz que ela foi psicografada por Chico Xavier; que foi feita pelo Hans Donner; que foi o sobrinho do presidente da FIFA; que é uma mensagem extraterrestre.... E vc´s, o que acham? -_-



Processo de escolha do logo 2014 gera desconfiança

O sistema para a escolha do logo da Copa do Mundo de 2014, imagem revelada pelo iG no dia 31 de maio, envolveu dez das maiores agências de design do Brasil, mas nenhuma delas foi a escolhida. Os escritórios especulam que a marca final foi criada por uma agência de publicidade já ligada à CBF e à Fifa, e a falta de transparência no processo de seleção incomoda os envolvidos.
O COL (Comitê Organizador Local) do Mundial no Brasil não informa se os criadores da marca serão conhecidos em 8 de julho, quando ela será divulgada oficialmente em evento na África do Sul, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O iG conversou com três projetistas envolvidos na seleção, mas que por terem contrato de confidencialidade com a Fifa terão os nomes preservados. O discurso foi o mesmo: os detalhes do processo de escolha são cristalinos até o momento em que as dez agências de design convidadas para concorrer são comunicadas que não foram selecionadas, em fevereiro de 2009. "Depois disso não se sabe o que aconteceu. O que se sabe é que a Fifa e a CBF procuraram agências de publicidade que já trabalharam com elas ou com seus patrocinadores ", disse o designer de um dos concorrentes.
Segundo as regras determinadas pela Fifa no início do processo, cada uma das dez agências de design envolvidas poderia apresentar até cinco opções de marca. Nem todas elas, porém, apresentaram tantas alternativas. “Enviei apenas uma, porque qualidade é mais importante do que quantidade. E, na minha opinião, era melhor do que essa escolhida” , disse um dos participantes.
Não se consegue, após o veto às agências de design, traçar um caminho de como nasceu o desenho vencedor, que teria sido escolhido por um júri de personalidades brasileiras no qual estariam a cantora Ivete Sangalo, a modelo Gisele Bündchen, o escritor Paulo Coelho, o designer Hans Donner, o arquiteto Oscar Niemeyer, o secretário-geral da Fifa, Jerome Valcke, e o presidente da CBF, Ricardo Teixeira. A informação sobre a existência deste comitê de “notáveis”, contudo, não é confirmada oficialmente pela CBF ou pela Fifa.
A ADG Brasil (Associação dos Designers Gráficos do Brasil), com sede em São Paulo, intermediou o contato da Fifa com os escritórios de design. No dia 1° de junho, depois de o iG divulgar a marca da Copa, a associação enviou um e-mail à Fifa perguntando como foi o processo de escolha a partir do momento em que seus filiados saíram da disputa. "Os participantes nos ligaram querendo saber quem foi o vencedor, como foi o processo final, já que participaram", disse Bruno Lembruger, diretor da ADG.
A resposta da entidade chegou no dia seguinte, em 2 de junho: que afirmasse a todos que o sistema de escolha cabia somente à Fifa e que, em caso de dúvida, enviasse e-mail ao centro de mídia da entidade. A reportagem do iG enviou o email à Fifa nesta segunda-feira e aguarda resposta.
> Veja a charge de Milton Trajano sobre as cores do logo da Copa de 2014
O processo
Em 2008, a Fifa procurou a ADG. Queria selecionar, por meio do portfólio da associação, dez escritórios para realizar o concurso de escolha da marca. Os preferidos foram contatados pela associação para apresentarem até cinco imagens cada. O acordo previa que os desenhos feitos seriam da Fifa, mesmo que rejeitados. E que não poderiam ser divulgados. "É um contrato que você é obrigado a assinar. Não podemos nem contar como foi esse processo de seleção", diz o diretor de um dos escritórios concorrentes.
Em fevereiro de 2009, as agências foram comunicadas que estavam fora da disputa. Isso é praxe em concorrências deste tipo, mas normalmente se eliminam por etapas: algumas em uma primeira rodada, outras em uma segunda, podendo se chegar até um terceiro pleito. A explicação foi que os trabalhos não agradaram e que a Fifa procuraria outra forma de se conseguir a marca ideal.
Um dos rejeitados disse que mesmo se tivesse sua marca escolhida pensaria se assinaria ou não o contrato, considerado pouco vantajoso para a agência. Em caso de problema judicial no futuro, como a acusação de plágio, por exemplo, todo o ônus do processo recairia sobre o designer.
Pré-requisito: a taça
A Fifa e a CBF só vão se pronunciar em 8 de julho. A entidade não permite que se promova uma Copa enquanto a outra estiver em andamento. Apenas três dias antes da final do Mundial da África do Sul é que a marca será divulgada oficialmente e os detalhes do que aconteceu depois que agências de design serem eliminadas poderão ser esclarecidos.


Foto: Reprodução
Marca da Copa do Mundo de 2010, disputada na África do Sul. Logo acima a imagem da taça que remete ao Mundial da Fifa
Para os torcedores que não gostaram do desenho (muitos se manifestaram contrários em redes de comunidade pela internet), ou que acharam falta de criatividade fazer uma logomarca semelhante à taça, uma dos concorrentes vetados explicou: a Fifa impõe como pré-requisito que a marca tenha referência ao troféu.
"A propriedade de uma marca tem que ter uma particularidade que se remete aquilo que ela representa. No caso da Fifa e da Copa é a taça. Se você olhar a marca da Copa da África, verá uma taça pequena ali em cima", explicou o designer (veja ao lado). A entidade passou a identificar a taça "Fifa" como marca das Copas a partir do Mundial do Japão e da Coreia do Sul, em 2002. Em 2006, os rostinhos do desenho alemão tinham uma taça pequena acima, o mesmo que acontece com o jogador sul-africano.
Rio 2016
Os três designers ouvidos pelo iG também criticaram a maneira como foram feitas as inscrições para participar da seleção da marca para a Copa 2014. A Fifa faz um processo diferente do que o COI (Comitê Olímpico Internacional), por exemplo, realiza para os Jogos Olímpicos. Enquanto o COI abre as inscrições para interessados no site oficial do evento, como fez para o Rio 2016, a Fifa procura diretamente os profissionais que interessa à entidade e oferece a eles a oportunidade de criar a imagem.
"O modelo do COI é muito mais transparente. Qualquer um se candidata, com prazos mais bem definidos", disse o diretor de uma das agências que participou do processo para realização da marca da Copa.

Um comentário:

Hudson disse...

Está aí a explicação que todo mundo queria ler!
Para o pessoal que falou que deveria focar em algum símbolo nacional, focar na taça era pré-requisito.
Eu gostei bastante.
[]s